domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sexta rodada do PE 2012: a impressão do “clássico dos clássicos” (parcialmente) apagada

Em sua reestreira com a camisa do Santa Cruz no Arruda, Carlinhos Bala viu o time passar em branco
Jeferson Maranhão perde gol feito...
                                         ... e lamenta a oportunidade desperdiçada.
Também o Sport caiu em Salgueiro

                         Carcará sertanejo domou o leão da capital



Por Alberto Bezerra

            Primeiramente, cabe elucidar o título da postagem: tendo em vista que a situação do Náutico antes do clássico contra o Sport era a de um time com 100% de aproveitamento, enquanto a da equipe rubro-negra era a de um time que, após dois tropeços nas duas rodadas iniciais, vinha numa crescente contínua (3 vitórias seguidas), pairou no ar a seguinte dúvida: após a derrota alvirrubra, será que o timbu começaria a declinar, enquanto o leão engrenaria de vez? A resposta a esta pergunta foi negativa, já que na rodada seguinte (a sexta, sobre a qual escrevemos agora), trouxe-nos mais uma vitória do Náutico e a primeira derrota do Sport. Neste sentido, a impressão do clássico foi apagada. Por outro lado, se levarmos em consideração o fato recorrente da covardia timbu ante o leão (sobretudo nos domínios deste), a escrita de um Náutico que, por melhor que esteja, se amedronta diante do time da Ilha do Retiro permanece (dois exemplos recentes: 1)no primeiro jogo da final do pernambucano de 2010, após vencer o primeiro tempo por 3 x 0 nos Aflitos, o Náutico viu o Sport achar 2 gols – ou seja, marcá-los mais por sorte que por mérito – e viu sua vantagem para o jogo da volta ser diminuída; neste – na Ilha do Retiro – bastava ao leão uma vitória por 1 x 0 e foi exatamente isto o que aconteceu, sendo que o time alvirrubro não jogou nada, embora o mesmo valha para o Sport após este marcar seu gol, ainda no primeiro tempo; 2) no primeiro jogo da semi-final de 2011 o Náutico – que não havia perdido clássicos na fase de pontos corridos, vencendo Santa e Sport nos Aflitos e empatando com ambos nos campos destes –, o timbu foi facilmente derrotado por 3 x 1, o que lhe valeu novamente a derrota na somas dos resultados, já que no jogo da volta o alvirrubro venceria por 3 x 2). O que é importante frisar nestes exemplos não são as derrotas do Náutico, mas as atuações nitidamente apáticas, mesmo quando o time vinha desempenhando um futebol melhor que o do rival. Dito isto, passemos aos resultados dos jogos da sexta rodada do PE 2012.
            Comecemos pelo timbu, que conseguiu sua reabilitação jogando em casa contra o Ypiranga, que vinha pressionado em virtude de suas derrotas seguidas. Já aos 11 minutos da etapa inicial, Souza, em bela cobrança de falta pôs o timbu em vantagem. Logo em seguida o volante Derley aproveitou a assistência de Eduardo Ramos e ampliou o placar. O terceiro viria de um cruzamento, tendo a bola batido nas costas do zagueiro timbu Marlon, porém o árbitro assinalou o gol para Derley. O Ypiranga, que não oferecera resistência, limitou-se a marcar seu gol de honra no final da partida com Ludemar. Assim, o Náutico não só se recuperou da derrota no clássico, como manteve os 100% de aproveitamento jogando em seus domínios. Por sua vez, a equipe de Santa Cruz do Capibaribe amargou sua terceira derrota seguida.
            O duelo entre o embalado Sport (4 vitória seguidas) e o mais embalado ainda Salgueiro (5 vitórias seguidas e liderança da competição justamente em virtude da vitória rubro-negra contra o Náutico) foi certamente o jogo de maior destaque da rodada. Pessoalmente criei muita expectativa em relação a este jogo, pois até hoje permaneço indignado com a postura diferenciada de Porto e, sobretudo Central, em relação ao Santa Cruz por um lado (jogando muito contra o time coral) e a Náutico e Sport (principalmente este último), demonstrando submissão. Embora isto possa ser explicado em parte pela situação adversa do tricolor do Arruda (que ao disputar uma série D nacional passou a não ser encarado como clube tão grande assim, o que é natural), é fato patente que o empenho dos times caruaruenses ano passado foi bastante limitado contra alvirrubros e rubro-negros. Por isso a partida entre Salgueiro e Sport me chamou atenção, após o time sertanejo ter vencido o Santa por 2 x 0 na segunda rodada. De acordo com relatos da imprensa (embora o jogo tenha sido televisionado eu não o assisti) o jogo foi disputado (ao menos no primeiro tempo, que terminou sem gols). No entanto, já no início da etapa complementar, Fabrício Ceará marcou de cabeça (jogada forte do time sertanejo) e deixou o Salgueiro em vantagem. O segundo seria novamente de Ceará, desta vez em cobrança de falta que desviou em Hamilton e enganou o goleiro Magrão. E embora o placar final tenha sido o mesmo que o carcará impôs à cobra coral, cabe salientar que o time sertanejo teve um gol legítimo anulado pela arbitragem, o que significa que (em que pese o fato de o Sport não ter jogado tão mal quanto o Santa Cruz diante do Salgueiro), sua derrota deveria ter-se dado por placar mais elástico não fosse o erro da arbitragem. Assim o leão perdeu sua invencibilidade (seus dois tropeços iniciais foram empates) e o Salgueiro manteve a ponta, mesmo com a vitória do Náutico.
            Por sua vez, o Santa Cruz também buscava reabilitação e também jogou em casa mas, ao contrário do Náutico, não passou dum empate com o Central. O time coral entrou com a seguinte formação: Tiago Cardoso; Eduardo Arroz, Leandro Souza, André Oliveira e Dutra (Renatinho); Anderson Pedra, Memo, Luciano Henrique e Natan (Jefferson Maranhão); Flávio Recife e Branquinho (Carlinhos Bala). Embora a dificuldade dos atacantes tricolores marcarem gols fosse notória, o time de Caruaru entrou em campo com uma postura eminentemente defensiva, pois sua difícil situação na tabela não lhe permitia correr riscos. O que se viu durante o primeiro tempo foi o time de casa buscar o gol, porém fazê-lo sem qualidade, com direito a “furada” (mirar a bola e chutar o vento); a equipe visitante, por sua vez, limitava-se a defender, abusando das faltas (algumas delas violentas) e buscava o contra-ataque sem se expor; foi dessa forma que próximo do fim da primeira etapa o atacante alvinegro Lenilson foi derrubado por Eduardo Arroz próximo a linha da grande área: os jogadores do Central pediram pênalti, mas o árbitro marcou apenas falta, a qual foi desperdiçada pelo time visitante. Insatisfeito com o rendimento do time, Zé Teodoro mudou a equipe para a segunda etapa: Renatinho substituiu Dutra na lateral esquerda, tornando assim o time mais ofensivo, pois atuando nessa posição Renatinho joga como ponta, enquanto Branquinho deu a vaga a Carlinhos Bala, que fez sua reestréia com a camisa coral no estádio do Arruda. Tais alterações não surtiram efeito e ainda antes dois 15 minutos Zé pôs o meia-atacante Jeferson Maranhão no lugar do meia Natan. A torcida chiou, pois inicialmente a intenção do treinador era colocar o volante Léo (tanto que Zé chegou a mandá-lo aquecer para entrar na partida); aqui é importante tentarmos entender a cabeça do treinador: o time precisava da vitória e o técnico optou por tirar um meia e pôr um meia-atacante, o que faz sentido (é importante salientar isso, pois em geral Zé Teodoro é demasiado cauteloso em relação a deixar seu time mais ofensivo, expondo-o assim defensivamente); porém, embora Maranhão tenha participado ativamente do jogo, perdeu uma chance clara de gol. O fato é que Léo vinha sendo inequivocamente um dos melhores (senão o melhor) atleta coral, mesmo nunca tendo iniciado jogando neste campeonato. O mal-estar acerca da insistência do treinador em não escalar o volante como titular foi tamanha que aquele teve de justificar-se: segundo ele, Léo é menos combativo na marcação, e colocá-lo como volante faria o time se expor mais defensivamente (http://www.coralnet.com.br/noticias_ler.asp?id=16748). Após fazer suas três mudanças, a equipe tricolor viu seu adversário ter um atleta expulso, porém, nem assim o time do Arruda conseguiu abrir o marcador. Embora pressionasse, foi o Central quem quase marcou, mandando uma bola na trave (chute fraco, rasteiro e estranho, pareceu-me que Tiago Cardoso  subestimou o arremate e quase foi surpreendido). Empate com gosto de derrota para o santinha, não só por jogar em casa, e ter tido um jogador a mais durante parte do jogo, mas também em virtude da derrota para o Araripina no jogo anterior. Cabe aqui um comentário: acredito que este empate foi mais prejudicial ao time que suas duas derrotas, pois nestas o time não só jogou fora, mas foi ao sertão (longe e quente), e encarou equipes que se portaram bem em campo (o Salgueiro principalmente, tendo inclusive vencido também o Sport), enquanto o Araripina, mesmo não tendo conseguido vencer o leão, tirou-lhes dois pontos e deu trabalho ao Náutico, mesmo sendo por ele derrotado. O caso do Central parece-me ter sido diferente; embora não tenha acompanhado o jogo (não pude ir ao estádio e ouvi apenas parte da partida no rádio), ouvi o próprio treinador da patativa dizer no intervalo que o time jogou mal, pois não tinha posse de bola (jogar defensivamente não significa necessariamente não ter posse de bola); assim, a impressão que tive foi que o fracasso coral se deu quase que exclusivamente por incompetência própria (cabe salientar que em ambos os jogos no qual o santinha foi derrotado, os adversários não tiveram jogadores expulsos; em todos os demais jogos isso aconteceu, e mesmo assim, no caso do jogo contra o Central, o tricolor não conseguiu aproveitar sua vantagem numérica). Além disso, por jogar em casa o descontentamento da torcida bateu forte, até porque se o resultado conquistado foi ruim, o futebol apresentado foi péssimo. A não entrada de Léo repercutiu muito mal, bem comoo fraco futebol (recorrentemente) apresentado por Branquinho e, principalmente, Flávio “caça rato” Recife. Tudo que o santinha não precisava era de pressão para o clássico com o Náutico...
            No que concerne aos jogos dos times do interior, destaque para a vitória do Belo Jardim (jogando em casa e conquistando seu segundo triunfo consecutivo) diante do Serra Talhada (que após duas vitórias por goleada, só faz perder): 2 x 0.  A vitória do Petrolina (também jogando em casa) diante do Araripina (1 x 0) também merece destaque. Menos significativa foi a vitória do Porto (2 x 0), jogando em casa contra o cada vez mais lanterna América. Cabe aqui uma observação de algo que acabei de perceber: nesta rodada, todos os times que jogaram em casa venceram, com exceção do Santa Cruz =/

Alberto Bezerra de Abreu, 07/02/2012, redigido ao som de Sonny Clark

Um comentário:

  1. Quando o time estiver entrosado, ai sim naum vai ter pra nenhum time mais...hu hu hu é tricolor! Lembrando que estou mais preocupado com a série C hehehe.

    ResponderExcluir