domingo, 29 de janeiro de 2012

No duelo entre os campeões pernambucanos das séries A e B o título de "Barcelona do Nordeste" ficou com o Santa Cruz.



                                                       Cangaceiro tentou dar cabo da cobra coral...
                                                   ...mas o Jesus tricolor não permitiu.
Flávio "caça rato" Recife enfim marcou seu primeiro gol pelo Santa Cruz em partida oficial

Enquanto isso, na Ilha do Retiro, acidente obriga a transferência do jogo do Sport para a casa de bonecas.

Por Alberto Bezerra

            A terceira rodada do pernambucano 2012 começou com dois dos três times grandes do Estado (justamente o campeão e o vice do torneio passado – Santa Cruz e Sport, respectivamente), buscando a reabilitação após tropeços no meio de semana; ambos conseguiram. Comecemos pelo final: devido ao alagamento da Ilha do Retiro (que virou motivo de chacota para os rivais, tendo esta sido exibida inclusive no Globo Esporte Pernambuco http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sport/noticia/2012/01/alagamento-da-ilha-do-retiro-provoca-piadas-nas-redes-sociais.html), o jogo do time rubro-negro não só foi adiado para o dia seguinte (segunda-feira), como também transferido para outro estádio (Aflitos). Nele, o que se viu foi o domínio do Sport, que marcou logo aos 6 minutos. Embora controlasse o jogo, o time da Ilha não conseguia ampliar o marcador, até que, aos 40 minutos ainda do primeiro tempo o goleiro Magrão teve de sair da área e ao afastar mal a bola com os pés, viu-a ser dominada por Geovane do Petrolina, que de imediato chutou-a para o gol, encobrindo não só o goleiro como também zagueiro/s rubro-negros/s, marcando assim um golaço. O leão conseguiu marcar o segundo gol sem maiores problemas e não passou disso, conquistando assim sua primeira vitória no estadual e afastando a possibilidade de crise que rondava a Ilha.
            O Náutico jogou no sertão contra o Araripina e conseguiu uma difícil – e importante – vitória pelo placar mínimo, gol de Rogério marcado aos 29 minutos do primeiro tempo. Assim, o timbu não só se manteve como único time com 100% de aproveitamento, mas conseguiu a façanha de vencer duas partidas jogando no sertão, enquanto o Sport não passou de um empate com este mesmo Araripina na primeira rodada e o Santa Cruz foi derrotado pelo Salgueiro na rodada passada.
            Entre os times do interior, merece destaque o clássico caruaruense: após tropeçarem na primeira rodada, Porto e Central chegaram nesta terceira em situações diversas: enquanto o gavião recuperou-se na segunda rodada ao vencer o Belo Jardim fora de casa a patativa não passou de um empate com o Araripina, mesmo jogando em Caruaru. O que se viu, no entanto, não foi um jogo assim tão disputado: embora o Porto tenha criado algumas chances, não foi competente para converte-las, ao passo que o Central não se limitou a criar muito, tendo obtido bastante êxito nas finalizações; resultado, 4 x 0 para a patativa, que devolveu a goleada sofrida ano passado (onde os quatro gols foram marcados por Paulista, artilheiro do PE 2011).
            Outros jogos dos times interioranos que merecem destaque são o do Ypiranga, que após estrear vencendo o Central e prosseguir sendo goleado por 4 x 0 pelo Serra Talhada, conseguiu se reabilitar diante do Belo Jardim, vencendo-o por 3 x 1, bem como o do Salgueiro, que após a estréia com derrota para o Petrolina nos domínios deste (3 x 1), se reabilitou em cima de ninguém menos que o atual campeão Santa Cruz e prosseguiu sua evolução batendo o América por 3 x 0. Há duas observações a serem feitas sobre este jogo: 1) embora o América tenha jogado em casa, como o Salgueiro fez seus jogos em casa no estádio do América na série B do brasileiro do ano passado, o carcará sentiu-se em casa mesmo jogando na capital; 2) após empatar com o  Sport na Ilha o América voltou a perder por placar elástico, e sem conseguir marcar um gol sequer, amargando assim o péssimo retrospecto de ter tomado 7 gols em três jogos e não ter maçado nenhum, demonstrando assim que, a exemplo do ano passado, irá brigar para não ser rebaixado.
            Deixando o melhor para o final, enfim chegamos ao jogo mais esperado da quarta rodada: Serra Talhada x Santa Cruz, o campeão pernambucano da série B versus o da série A de 2011. No PE 2012, porém, o time sertanejo levava a melhor não só sobre o tricolor do Arruda, mas sobre todos os demais times do campeonato, pois em duas rodadas o time que tem como mascote o cangaceiro ostentou a impressionante marca de 8 gols marcados e nenhum sofrido em dois jogos.Embora a cor laranja de seu uniforme tenha rendido comparações com a seleção holandesa de 1974, a comparação que ganhou a boca do povo foi com o Barcelona da Espanha, melhor time do mundo com sobras atualmente. Assim, termos como “barçassera” ou “serrabarça” tornaram-se comuns na imprensa pernambucana. Por sua vez o santinha vinha de derrota para o Salgueiro no sertão, tendo marcado 2 gols e sofrido 3 em dois jogos. Precisava reabilitar-se. Como o zagueiro Leandro Souza fora expulso na derrota contra o Salgueiro, Everton Sena voltou a ser escalado para compor a dupla de zaga com André Oliveira. Eis a escalação do tricolor: Tiago Cardoso, Eduardo Arroz (Jefferson Maranhão), Evérton Sena, André Oliveira e Renatinho; Anderson Pedra (Chicão), Memo, Weslley e Natan (Léo); Branquinho e Flávio Recife.
Iniciada a partida o que se viu foi o time de casa engolir o visitante; após Tiago Cardoso espalmar a bola para escanteio o Serra Talhada abriu o placar de cabeça (calo tricolor na competição) e, ainda antes dos 10 minutos surpreendeu o time coral num contra-ataque onde o zagueiro André Oliveira fez pênalti no atleta do cangaceiro. O time da casa converteu a penalidade e o Santa se viu numa situação similar a do jogo contra o Treze em Campina Grande pela série D do ano passado. E assim como naquele jogo o time do Arruda reagiu, mas ao contrário daquele jogo, buscou o empate ainda no primeiro tempo: aos 20, Flávio “caça rato” Recife tocou a bola na entrada da área para Branquinho que, próximo a marca do pênalti, fez o pivô e devolveu para caça rato acertar um chute rasteiro no canto esquerdo do goleiro do Serra e mostrar que a cobra coral estava viva no jogo. Cabe salientar que foi ao recuar o volante Memo e soltar ainda mais os laterais (segundo Renatinho, que substituía Dutra na ala esquerda – pois este teve problemas pessoais a resolver e não viajou com o grupo –, ambos os laterais iniciaram o jogo com permissão para atacar, mas após os 2 gols tiveram receio de sair e deixar a defesa desguarnecida). Como não só o comentarista da Globo Lúcio Surubim (o jogo foi televisionado),  mas também o próprio técnico do Serra perceberam, tal mudança de posicionamento deixou o time coral mais ofensivo e como os meias do cangaceiro não acompanhavam os atletas do tricolor, o time do Arruda passou a ganhar todos os rebotes, pressionando a equipe adversária e não a deixando armar contra-ataques. Na base da insistência, a boa sobrou para o lateral direito Eduardo Arroz bater de perna esquerda (novamente rasteiro e no canto esquerdo do goleiro), dando assim ao “mais querido” o empate ainda na primeira etapa. Cabe salientar ter havido um pênalti e Flávio caça rato (que foi seguro na área), não tendo este sido marcado pelo árbitro (embora o cai-cai típico do atleta, bem como o aspecto espalhafatoso de sua queda tenha contribuído para que o juiz não tenha marcado a penalidade, o fato é que já no primeiro lance percebi que fora falta, de modo que o árbitro também poderia tê-lo visto caso estive mais atento e/ou melhor posicionado).
            No segundo tempo, embora o Santa Cruz tenha mantido o domínio do jogo, demorou para que conseguisse passar a frente no marcados. Só aos 30 minutos o meia Weslley, pegando uma sobra na entrada da área dominou bonito e soltou uma bomba de direita, sem chance para a arqueiro do cangaceiro. Um belo gol coral. Não lembro bem se antes ou após o terceiro gol (creio que antes), a equipe da casa teve um jogador expulso (segundo cartão amarelo) por falta em Weslley (empurrado na lateral direita); com a saída de Arroz para a entrada de Maranhão o meia passou a atuar pela ala direita e se destacou. Chicão entrou mais para ser valorizado, já que perdeu a vaga de titular para Anderson Pedra (para mim o melhor da partida, vigoroso na marcação – Jeovânio não deixou saudade – e de quebra, competente na saída de bola, tendo acertado um chutaço da intermediaria, espalmado pelo goleiro no primeiro tempo). Léo, por sua vez, entrou novamente muito bem: cadenciou o jogo quando a equipe coral vencia o jogo; melhorou a qualidade do passe e, de quebra, marcou um bonito gol ao apagar das luzes.
            No final das contas, após não tomar gols nos dois primeiros jogos o Serra Talhada tomou logo 4 contra o Santa, provando assim de seu próprio veneno (embora os 2 marcados pelo cangaceiro logo no início o tenham deixado com a excelente média de 10 gols marcados em 3 jogos). A cobra coral demonstrou poder de reação, tendo tal característica sido exaltada pelo técnico Zé Teodoro: "Time grande tem que se impor e jogar sempre pra vencer. Hoje soubemos sair bem pelas laterais e quebramos a defesa deles. Renatinho e Eduardo Arroz colocaram a bola no chão e fizera a diferença a nosso favor. Eles foram incisivos e facilitaram a vida dos outros jogadores" (http://www.coralnet.com.br/noticias_ler.asp?id=16692). Em minha opinião, Natan fez um ótimo primeiro tempo, mas sumiu no segundo (um fato curioso foi que a certa altura deu para ouvir alguém dizendo “Natan, sumisse”; acredito que tenha sido um dos membros da comissão técnica que assumiu o comando do time a beira do gramado, após a expulsão de Zé Teodoro); Branquinho fez um bom segundo tempo, com direito a jogadas individuais entrando na área por ambas as pontas e finalizando, embora batendo fraco; Renatinho fez ótimo no jogo inteiro, sobretudo no segundo tempo, mas pecou bastante na finalização, perdendo gols feitos de dentro da área; Wellsey fez um péssimo início de jogo, mas ótima exibição quando o time se achou em campo, tendo desempenhado bem a função de lateral direito no segundo tempo e marcando seu primeiro gol com a bola rolando. Zé Teodoro mexeu bem na equipe, sobretudo com a entrada de Léo, que talvez pudesse ter entrado antes (não jogou sequer um tempo inteiro). Por fim, uma curiosidade:os quatro gols  do Santa foram do lado esquerdo do goleiro.

Alberto Bezerra de Abreu, 29/01/2012, redigido ao som de Hermeto Pascoal, “Montreux jazz ao vivo

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Segunda rodada do PE 2012: a rodada do engano


                                     O santinha não viu a cor da bola em Salgueiro

  Mesmo com o reforço de Marcelinho Paraíba, Sport não passa do 0 x 0 com o América na Ilha

Por Alberto Bezerra

            Gostaria de iniciar este texto explicando seu título: batizei-o de “a rodada do engano” em virtude dos resultados do Santa Cruz e, sobretudo, do América e do Porto. No caso do tricolor do Arruda, após uma suada e importante vitória (em início de campeonato é mais importante vencer que jogar, bem, pois, no decorrer da competição é comum o time melhorar seu rendimento a medida em que entrosamento e condicionamento físico melhorem, ao passo que derrotas em início da campeonato geram pressão, a qual pode converter-se em crise se houver derrota em clássico), o santinha viu-se não só derrotado, mas dominado pelo Salgueiro em jogo no sertão; o próprio treinador coral admitiu que “o Salgueiro foi melhor e mereceu a vitória” (http://www.coralnet.com.br/noticias_ler.asp?id=16672). Zé Teodoro optou por uma escalação defensiva para o tricolor recifense: Tiago Cardoso, Eduardo Arroz (Jefferson Maranhão), Leandro Souza, André Oliveira e Renatinho; Chicão (Anderson Pedra), Memo, Éverton Sena (Natan) e Weslley; Branquinho e Flávio Recife, ou seja, com o retorno do zagueiro Leandro Souza, que não foi negociado com time estrangeiro, este voltou a sua posição de titular, mas seu substituto Everton Sena não foi sacado do time (só não sei dizer que ele jogou como terceiro zagueiro, terceiro volante ou se alternou em ambas as posições); Memo e Chicão permaneceram como volantes; com Renatinho atuando como ala esquerda, coube apenas a Wesley organizar as jogadas ofensivas e o time coral acabou sendo presa fácil do carcará, com direito a expulsão do zagueiro Leandro Souza. Os gol do Salgueiro foram ambos de bola parada: um de cabeça e um de falta direta, cobrada pelo meia Elvis, ex-jogador do santinha, pelo qual atuou em  2010. Assim, ficou provado que o tricolor tem mais a corrigir do que se podia supor inicialmente (evidentemente que com a futura utilização dos reforços o time tende a crescer bastante, no entanto o rendimento foi baixo mesmo levando em conta a ausência de reforços).
            Por outro lado, os times que melhor justificam o título de “rodada do engano” foram o América e o Porto; ambos iniciaram o campeonato de maneira bastante negativa; o time de Caruaru não tanto pelo resultado (mesmo jogando em casa não chega a ser um péssimo resultado perder para um dos times grandes – no caso o Náutico – por 2 x 0); o problema maior do tricolor do agreste foi o péssimo futebol apresentado no primeiro tempo da partida, desempenho pífio atestado pelo próprio treinador; levando-se em conta que no segundo tempo o placar não se alterou e foi o Porto quem teve a melhor chance (dentro da pequena área e sem goleiro o atleta do gavião perdeu gol feito), se o time houvesse jogado toda a partida como atuou no segundo tempo, poderia ter saído ao menos com um empate. Já no caso do América o problema foi menos a derrota (agravada por ter sido sofrida em casa) que o nada singelo resultado: 4 x 0 a favor do Serra Talhada, surpresa do início do campeonato. Na segunda rodada ambos – América e Porto – se recuperaram; o “mequinha”, após conquistar um empate heróico sem gols contra o Sport em plena Ilha do retiro (e o resultado tornou-se mais importante pelo fato de o time rubro-negro ter estreado apenas com um empate); cabe salientar que, sem querer negar certo mérito do América, pareceu-me que o tropeço do leão da ilha deveu-se mais a sua incompetência na finalização que ao poder de marcação do time visitante. Quanto ao Porto, sua reabilitação deu-se fora de casa ( 2 x 0 ) contra o Belo Jardim, com dois gols de Joelson, artilheiro do Santa Cruz no pernambucano de 2010. Contudo, ambos os times (América e Porto) voltariam a perder feio, demonstrando que o acidente não fora suas respectivas atuações desastrosas na primeira rodada, mas seus resultados positivos conquistados na segunda; o time de Caruaru seria goleado por 4 x 0 pelo Central e o América por 3 x 0 pelo Salgueiro. Mais informações sobres a terceira rodada estarão presentes em nosso próximo texto.
            Como dito acima, o Sport amargou outro tropeço, desta vez em casa: se no jogo de estréia o empate pode – em certo sentido – ser considerado um bom resultado (não só pelo fato de o jogo ter sido no sertão, mas também por ter o time rubro-negro saído perdendo e tendo chegado perto de sofrer o segundo gol), um empate sem gols dentro de casa contra um time que lutara para não ser rebaixado em 2011 e iniciou 2012 sendo goleado não pode ser encarado de outra forma que não seja essa: um tropeço. Nem o reforço de Marcelinho Paraíba (que teve vergonhosamente sua suspensão de 5 jogos diminuída para apenas 1, convertendo-se o restante da punição no pagamento sacos de leite para pessoas necessitadas) e o fato de o leão jogar em casa foram suficientes para que o time conseguisse sua primeira vitória no campeonato.
          Por sua vez, o Náutico voltou a vence, desta vez jogando em casa, o time do Petrolina, pelo placar de 2 x 0, com gols de Souza e Cascata, ambos recém contratados e que vêm se destacando seguidamente nas partidas do time alvirrubro. O Central, que começara perdendo para o Ypiranga, não passou de um empate dentro de casa contra o Araripina e só viria demonstrar todo seu potencial na rodada seguinte. Por fim, após vencer o Central, o Ypiranga foi goleado pelo Serra Talhada, que mais uma vez marcou quatro vezes e não sofreu nenhum gol. Tal excelente média do chamado cangaceiro também não resistiria a terceira rodada, na qual os enganos da segunda seriam retificados...

Alberto Bezerra de Abreu, 23/01/2012, redigido já após a realização da terceira rodada (exceto o jogo Sport x Petrolina que foi adiado para a noite desta segunda-feira) ao som de Astor Piazzolla

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Equilíbrio marca primeira rodada do pernambucano 2012

                                  Weslley (Santa Cruz) cobrando penalti contra o Belo Jardim no Arruda...

         
                                              ... e comemorando o gol tricolor.

Por Alberto Bezerra

Em 2011 o campeonato pernambucano de futebol foi marcado pela onipresente “peitica” do hexa, tendo o azarão Santa Cruz vencido o torneio mesmo tendo folha salarial cerca de três vezes menor que a do Náutico e quatro vezes menor que a do Sport, e havendo montado o time inteiro recentemente, ao contrário dos rivais que conseguiram manter uma base de jogadores utilizados no ano anterior. Em suma, num campeonato que prometia ter como protagonistas Náutico e Sport em seu duelo particular pelo hexa (o primeiro querendo manter o monopólio deste título, o segundo desejando quebrá-lo) o coadjuvante Santa Cruz assumiu o papel de protagonista não só pelo título, mas também pela coesão do grupo e pelos destaques individuais de jogadores como o atacante Gilberto (cobiçado pelo Corinthians e negociado com o Internacional após o término do campeonato), o goleiro Tiago Cardoso (eleito craque do campeonato) e o técnico Zé Teodoro.
Em 2012 o campeonato pernambucano ganhou novas feições; após cinco anos de hegemonia leonina, o detentor e defensor do título passou a ser o Santa Cruz que, ao contrário do ano anterior, iniciou 2012 bem cotado não apenas por ter sido campeão pernambucano de 2011, mas por ter conquistado acesso a série C do campeonato brasileiro após duas tentativas frustradas de sair do chamado “inferno da série D”; além disso, em 2012 o clube pôde contar não só com uma base de jogadores utilizadas desde o primeiro semestre do ano anterior, incluindo-se ai o técnico, mas com contratações de peso como Luciano Enrique, Dênis Marques, Geílson e Carlinhos Bala, de modo que o clube coral certamente está entre os principais candidatos a campeão do torneio.
Por sua vez, Náutico e Sport também iniciam 2012 embalados por campanhas exitosas, pois ambos conseguiram acesso a série A do campeonato brasileiro no ano anterior, aumentando assim substancialmente sua renda e voltando a alargar o fosso que os separa do Santa Cruz. O timbu larga na frente do rival rubro-negro, pois não só conseguiu manter parte significativa de sua base (ao final da série B eu pensei o seguinte: se o Náutico conseguir segurar pelo menos 2 destes 3 jogadores – Derley, Eduardo Ramos e Kieza – ele terá feito muita coisa; no final das contas o time conseguiu manter os dois primeiros, embora ambos tenham estado perto de deixar o clube), como manteve o técnico Waldemar Lemos, que comandou a equipe durante todo o campeonato da série B, conseguindo dar ao time um equilíbrio que o treinador anterior (Roberto Fernandes) não conseguiu, somando-se a isso a contratação de bons jogadores como Souza e Cascata.
Já o Sport, embora tenha conseguido salvar o ano no finalzinho do brasileiro de série B (após ter perdido o título que lhe valeria o hexa para o Santa Cruz e ter amargado altos e baixos no brasileiro, ficando muito próximo de deixar o acesso escapar, o time rubro-negro conseguiu subir de divisão na última rodada), mostra-se uma equipe mais deficitária que seus rivais, pois, no decorrer de 2011 foi perdendo jogadores importantes (dispensados por não terem rendido o que a diretoria/comissão técnica esperavam, Ciro, Igor, Dutra, Carlinhos Bala e Daniel Paulista – todos integrantes do time campeão da copa do Brasil – não foram substituídos a altura), havendo ainda a possível dupla desvantagem de contar com o treinador inexperiente e cujo comando da equipe principal se deu em número muito menor de partidas em relação ao comandante alvirrubro e mais ainda em relação ao treinador tricolor, ambos treinadores que possuem seus respectivos elencos nas mãos.
Outro fator de destaque do campeonato pernambucano de 2011 foi a boa participação dos times do interior; o Central chegou a liderar a competição já no final do primeiro turno (após todos terem jogado contra todos nos jogos de ida) e chegou a vencer o Santa Cruz em pleno Arruda por 3 x 0; contudo, após a saída do treinador o time caiu vertiginosamente de rendimento e sequer conseguiu ficar entre os quatro primeiros (que se classificam para as semifinais); o Porto, por sua vez, chegou em terceiro lugar na após o final da primeira fase (marcada pelo enfrentamento de todos os clubes entre si em jogos de ida – turno – e volta – returno) e, embora tenha perdido ambas as partidas da semifinal para o Santa Cruz, teve o artilheiro da competição (Paulista, com 14 gols) e goleou o Central por 4 x 0 no clássico caruaruense (os quatro gols foram de paulista), cabendo ainda salientar que foram vários os tropeços dos clubes da capital diante dos interioranos, inclusive quando aqueles jogavam em casa; o mais prejudicado foi o Sport, que terminou a primeira fase em quarto, atrás do Porto, e por muito pouco não ficou de fora da semifinais (só entrou devido a já mencionada queda vertiginosa de rendimento do Central a qual, embora possa se atribuir em parte à saída do treinador, provavelmente deveu-se também ao suborno de alguns jogadores). Cabe salientar que nas fases de turno e returno o Sport perdeu três dos clássicos que disputou e empatou um (na Ilha, contra o Náutico), demonstrando assim que seus tropeços não se deram apenas contra os times “menores”.
Quando enfim a bola rolou no campeonato pernambucano de futebol 2012 o que se viu na primeira rodada foi o equilíbrio; os resultados atípicos se restringiram a dois: a goleada sofrida pelo América ante o Serra Talhada (campeão da segunda divisão estadual em 2011) por 4 x 0 mesmo jogando em casa e a derrota do arrumado e competitivo time do Salgueiro por 3 x 1 diante do Petrolina, embora a partida tenha sido no campo deste último. No que concerne ao clube “grandes”, embora dois dos três tenham estreado com vitória (e aquele que não venceu também não perdeu, e tendo jogado fora, no sertão, tal resultado não se mostrou de todo negativo), o que prevaleceu foi o equilíbrio; fica mais fácil percebê-lo se dividirmos os jogos de estréia de Náutico, Santa Cruz e Sport em dois tempos;
No caso do Náutico, o primeiro tempo foi duplamente do time alvirrubro: tanto no placar (2 x 0) quanto na atuação; já no segundo tempo o placar foi equilibrado (0 x 0) e o Porto teve maior volume de jogo; não sei se o time de Caruaru dominou o Náutico no segundo tempo tanto quanto este o dominou no primeiro, mas o fato é que foi o Porto quem esteve mais perto de marcar no segundo tempo, com direito a gol incrível (na pequena área, sem goleiro) perdido pelo tricolor do agreste;
O caso do Sport foi o de mais nítido contraste: pelos “melhores momentos” que vi e os relatos que ouvi, a equipe rubro-negra não viu a cor da bola no primeiro tempo; coube ao Araripina a superioridade tanto no placar (1 x 0)  quanto no volume de jogo (além do gol, o goleiro Magrão fez pelo menos duas boas defesas em chutes de fora da área); já no segundo tempo a coisa se inverteu, cabendo ao leão a superioridade tanto no placar (1 x 0) quanto na qualidade do futebol apresentado (Renato, autor do gol,chegou a carimbar o travessão adversário). Em suma, num jogo em que o primeiro tempo foi todo de um time e o segundo todo de outro o empate foi o resultado que melhor exprimiu o equilíbrio da partida.
O jogo do Santa Cruz merece ser analisado em maiores detalhes, pois eu estava no estádio; único dos três “grandes” da capital a estrear em casa e, ostentando o título de campeão da edição passada do torneio, cabia ao tricolor do Arruda a responsabilidade de fazer uma boa apresentação. Eis a escalação do time coral: Tiago Cardoso, Eduardo Arroz (Léo), Éverton Sena, André Oliveira e Dutra (Jéfferson Maranhão); Chicão (Natan), Memo, Weslley e Renatinho; Flávio Recife e Branquinho; com a pendência do zagueiro Leandro Souza, que esteve perto de se transferir para um clube de outro país, coube a Éverton Sena (ótimo marcador individual, mas limitado zagueiro) forma a dupla de zaga com o também limitado André Oliveira; no ataque, o recém contratado Branquinho fez dupla com Flávio “caça rato” Recife, sendo estas as únicas modificações em relação a equipe que fez os últimos jogos do clube em 2011.
Jogando em casa, o tricolor tratou de buscar a vitória e iniciou o jogo melhor que o adversário; ainda no início, Weslley, pela direita chutou cruzado de canhota fazendo a bola passar relativamente perto de trave. A resposta do Belo Jardim foi uma jogada individual de Parral (ex-atleta tricolor) pela direita com finalização rasteira e fraca no canto, defendida por Tiago Cardoso. Na melhor chance do santinha no primeiro tempo, André Oliveira cabeceou no travessão e Flávio caça rato pegou o rebote dentro da área e mandou por cima. Com o passar do tempo o ímpeto coral diminuiu e o Belo Jardim começou a gostar do jogo, tanto que aos 40 minutos, novamente pela direita, Parral cruzou para a cabeçada certeira de Candinho. Pareceu-me que a falha na marcação começou já no cruzamento (Parral conseguiu efetuá-lo sem maiores dificuldades) e persistiu na indecisão do goleiro e na falha de marcação de André Oliveira e Eduardo Arroz.
O logo após abrir o placar o Belo Jardim, que vinha abusando de algumas faltas mais duras, teve o zagueiro Laerson expulso após carrinho violento em Branquinho (que pulou para não ser atingido). O atacante coral teria a oportunidade do empate no final do primeiro tempo, mas errou feio a cabeçada, facilitando sobremaneira o trabalho do goleiro adversário. No intervalo, ambas as equipes permaneceram no gramado; pensei que Zé Teodoro estivesse repetindo a tática utilizada no jogo decisivo contra o Alecrim (RN) no Arruda na série D de 2011, onde, após abrir o placar e ver o adversário empatar, a equipe pernambucana não desceu para o vestiário no intervalo para que os jogadores não perdessem o calor da torcida por um momento sequer; assim, pensei que o fato de os jogadores do Belo Jardim terem permanecido também no campo durante o intervalo fizesse parte duma estratégia de seu treinador de imitar Zé Teodoro, pois o técnico do time visitante havia dito se inspirar no treinador coral; porém, li em algum jornal que o real motivo foi uma queda de energia durante o intervalo. Vai saber...
A equipe coral voltou sem substituições na segunda etapa, mas demonstrando uma outra postura; embora tenha criado menos chances claras de gol no segundo tempo, de uma maneira geral a equipe jogou melhor na etapa complementar, pois pôs mais e bola no chão e a tocou com mais competência, fazendo-a rodar e envolvendo assim o adversário; dessa forma, já aos 9 minutos, em jogada individual pela ponta esquerda, Flávio caça rato entrou na área e foi derrubado pelo defensor adversário. O pênalti foi assinalado e convertido com muita competência por Weslley. O time coral continuou pressionando: Memo acertou um chutaço da intermediária, espalmado para escanteio pelo goleiro; Branquinho, aos 27 dominou a bola dentro da área, mas, de costas, não conseguiu finalizar; Eduardo Arroz chutou rasteiro de perna esquerda a esquerda do goleiro, fazendo a bola passar relativamente perto da trave.
Como o time não conseguia fazer o segundo gol e tinha um jogador a mais em campo, o treinador Zé Teodoro resolveu mexer na equipe, no intuito de torná-la mais ofensiva: pôs o meia Natan no lugar do volante Chicão e o meia-atacante Jefferson Maranhão no lugar do lateral esquerdo Dutra (o meia Renatinho passou a atuar pela ala esquerda); assim, o time coral deixou de ter dois volantes e dois meias para ter um volante apenas (Memo) e  três meias (Natan, Maranhão e Wesley). Embora o site Coral Net diga que Léo entrou antes do segundo gol tricolor, tenho minhas dúvidas quanto a isso; de qualquer forma, com a saída do lateral direito Eduardo Arroz e a entrada do volante Léo coube a Weslley atuar pela ala direita e o time voltou a ter dois volantes (Memo e Léo) e dois meias (Maranhão e Natan), ficando menos ofensivo (por conta disso, bem como pelo fato de Léo ter entrado para cadenciar o jogo, penso que o volante entrou após o segundo gol coral); este saiu de um outro pênalti: ao recebe um lançamento pela direita, Branquinho (indo em direção a linha de fundo e sem a menor condição de finaliza ou mesmo de dar um passe de imediato) foi infantilmente empurrado pelo defensor adversário. Novamente Weslley cobrou bem o pênalti e decretou a virada tricolor. Léo soube cadenciar o jogo e no fim teve chance de marcar, mas, avançando pela direita do ataque coral chutou rasteiro no canto esquerdo do goleiro, que defendeu (penso que se ele chutasse cruzado faria o gol com certa facilidade até, mas parece que ele chutou como deu).
Em suma, com sofrimento (como é de praxe no Santa Cruz) o atual campeão pernambucano estreou com vitória de virada. Embora no primeiro tempo o jogo tenha sido do Belo Jardim em termos de placar (1 x 0), em termos de volume de jogo o santinha foi superior nos dois tempos; assim, o equilíbrio aqui deu-se apenas em relação ao placar (cada time venceu um tempo).
Para finalizar, cabe discorrer brevemente sobre as polêmicas da partida: os dois pênaltis marcados pelo árbitro o foram acertadamente em minha opinião (e também na opinião do comentarista de arbitragem da rede Globo Nordeste, Valdomiro Matias); a expulsão do jogador do Belo Jardim também me pareceu justa (e assim também pensou o comentarista global); a não expulsão do zagueiro coral André Oliveira (numa jogada em que ele foi no corpo do adversário que, não fosse a falta, ficaria cara a cara com o goleiro, sendo que o defensor já tinha cartão amarelo) foi um erro do árbitro (que nem falta deu!) (e mais uma vez o comentarista da globo concordou comigo). Porém, se é verdade que o defensor coral deveria ter sido expulso antes do defensor do Belo Jardim, é igualmente verdade que o juiz deixou de dar alguns cartões amarelos para jogadores do time visitante e, se o tivesse feito, talvez eles tivessem tido algum jogador expulso antes. Em suma, ambos os times foram prejudicados pela arbitragem e venceu aquele que jogou melhor.

Alberto Bezerra de Abreu (madrugada de 23/01/2012, redigido ao som de Charles Mingus)



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Marcelinho Paraíba Liberado para Jogar

Marcelinho Paraíba estar liberado para estrear no campeonato Pernambucano de 2012. O jogador se envolveu em uma briga logo após o árbitro Sálvio Espínola apitar o final do jogo entre Santa Cruz e Sport, no segundo duelo da decisão do Pernambucano de 2011.  Marcelinho partiu para cima do jogador tricolor Everton Sena e agrediu-o por trás. Ele foi citado na súmula por Sálvio, que escreveu, “após o término da partida, expulsei o jogador número 10 Sr. Marcelo dos Santos, do Sport Recife, por ter dado uma rasteira no jogador número 2, Everton Sena Barbosa, derrubando-o ao solo e após o atingido, estando no chão, o Sr. Marcelo deferiu dois socos no jogador Antônio Sena”.

Depois do ocorrido ainda falou para o site superesportes.com.br, do dia 17 de maio de 2011, que não se arrependeu do que fez. “Aquilo foi Um momento de raiva, decepção. Ninguém sabe o que aconteceu nos dois jogos da decisão e eu tive que aguentar muita piada. Não me arrependo de nada e peço desculpa ao torcedor do Sport por não ter dado o Hexa",

Após o julgamento, o jogador Marcelinho tinha sofrido uma pena de quatro partidas de suspensão, mas o Sport entrou com uma solicitação para reverte a pena. O tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco liberou o atleta para jogar e reverteu a pena para uma medida social, ou seja, uma agressão por seis fardos de leite.

Esse ato do TJP-PE é um incentivo a violência no esporte, como pode um ato antiesportivo, se transformar em fardo de leite, já foi pequena a pena de quatro jogos. Temos que ter pena mais severa a esses atos de violência. Principalmente dentro de campo, tem que punir, pois os jogadores são referência para sua torcida. E queremos Paz nos estádios, mas com esses atos dos dirigentes de clube e da justiça, que para atingir seus objetivos passa por cima de tudo e de todos, estar difícil de termos esperança de PAZ nos estádios de futebol. É UMA VERGONHA...


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Carlinho Bala NÃOOOO....

Na segunda feira, dia 16 de janeiro de 2012, o atacante Carlinhos Bala foi apresentando como novo reforço do Santa Cruz, mas essa apresentação não foi bem aceita pelo torcedores que ficaram dividido. Uma parte da torcida aceitaram a contratação e outra parte não gostou da volta do atacante.

Em entrevista o atacante pediu perdão à torcida, e diz que antes era mal assessorado e às vezes falava o que não devia. Mas vai fazer o que pode para colocar novamente o Santa no lugar dele, na elite do futebol.

Esse mal estar foi causado pelo passado do atleta. Desgastado nos grandes clubes do Recife, após inúmeros episódios envolvendo companheiros de time, dirigentes e torcedores. O episodio que mais desagradou a torcida tricolor foi quando o atacante jogando pelo Sport queria coloca a bandeira do rival no Arruda.

Carlinhos foi revelando no Santa Cruz, e foi o Santa que colocou ele no futebol nacional, e ele nunca mostrou respeito nenhum pelo clube. É normal para o profissional jogar em qualquer clube, mas jamais pode pisar no seu passado, a nação tricolor e o Santa Cruz é maior que tudo, não poderia ter sido desrespeitado em momento algum. É por isso que a torcida não gostou de seu retorno.