quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Segunda rodada do PE 2012: a rodada do engano


                                     O santinha não viu a cor da bola em Salgueiro

  Mesmo com o reforço de Marcelinho Paraíba, Sport não passa do 0 x 0 com o América na Ilha

Por Alberto Bezerra

            Gostaria de iniciar este texto explicando seu título: batizei-o de “a rodada do engano” em virtude dos resultados do Santa Cruz e, sobretudo, do América e do Porto. No caso do tricolor do Arruda, após uma suada e importante vitória (em início de campeonato é mais importante vencer que jogar, bem, pois, no decorrer da competição é comum o time melhorar seu rendimento a medida em que entrosamento e condicionamento físico melhorem, ao passo que derrotas em início da campeonato geram pressão, a qual pode converter-se em crise se houver derrota em clássico), o santinha viu-se não só derrotado, mas dominado pelo Salgueiro em jogo no sertão; o próprio treinador coral admitiu que “o Salgueiro foi melhor e mereceu a vitória” (http://www.coralnet.com.br/noticias_ler.asp?id=16672). Zé Teodoro optou por uma escalação defensiva para o tricolor recifense: Tiago Cardoso, Eduardo Arroz (Jefferson Maranhão), Leandro Souza, André Oliveira e Renatinho; Chicão (Anderson Pedra), Memo, Éverton Sena (Natan) e Weslley; Branquinho e Flávio Recife, ou seja, com o retorno do zagueiro Leandro Souza, que não foi negociado com time estrangeiro, este voltou a sua posição de titular, mas seu substituto Everton Sena não foi sacado do time (só não sei dizer que ele jogou como terceiro zagueiro, terceiro volante ou se alternou em ambas as posições); Memo e Chicão permaneceram como volantes; com Renatinho atuando como ala esquerda, coube apenas a Wesley organizar as jogadas ofensivas e o time coral acabou sendo presa fácil do carcará, com direito a expulsão do zagueiro Leandro Souza. Os gol do Salgueiro foram ambos de bola parada: um de cabeça e um de falta direta, cobrada pelo meia Elvis, ex-jogador do santinha, pelo qual atuou em  2010. Assim, ficou provado que o tricolor tem mais a corrigir do que se podia supor inicialmente (evidentemente que com a futura utilização dos reforços o time tende a crescer bastante, no entanto o rendimento foi baixo mesmo levando em conta a ausência de reforços).
            Por outro lado, os times que melhor justificam o título de “rodada do engano” foram o América e o Porto; ambos iniciaram o campeonato de maneira bastante negativa; o time de Caruaru não tanto pelo resultado (mesmo jogando em casa não chega a ser um péssimo resultado perder para um dos times grandes – no caso o Náutico – por 2 x 0); o problema maior do tricolor do agreste foi o péssimo futebol apresentado no primeiro tempo da partida, desempenho pífio atestado pelo próprio treinador; levando-se em conta que no segundo tempo o placar não se alterou e foi o Porto quem teve a melhor chance (dentro da pequena área e sem goleiro o atleta do gavião perdeu gol feito), se o time houvesse jogado toda a partida como atuou no segundo tempo, poderia ter saído ao menos com um empate. Já no caso do América o problema foi menos a derrota (agravada por ter sido sofrida em casa) que o nada singelo resultado: 4 x 0 a favor do Serra Talhada, surpresa do início do campeonato. Na segunda rodada ambos – América e Porto – se recuperaram; o “mequinha”, após conquistar um empate heróico sem gols contra o Sport em plena Ilha do retiro (e o resultado tornou-se mais importante pelo fato de o time rubro-negro ter estreado apenas com um empate); cabe salientar que, sem querer negar certo mérito do América, pareceu-me que o tropeço do leão da ilha deveu-se mais a sua incompetência na finalização que ao poder de marcação do time visitante. Quanto ao Porto, sua reabilitação deu-se fora de casa ( 2 x 0 ) contra o Belo Jardim, com dois gols de Joelson, artilheiro do Santa Cruz no pernambucano de 2010. Contudo, ambos os times (América e Porto) voltariam a perder feio, demonstrando que o acidente não fora suas respectivas atuações desastrosas na primeira rodada, mas seus resultados positivos conquistados na segunda; o time de Caruaru seria goleado por 4 x 0 pelo Central e o América por 3 x 0 pelo Salgueiro. Mais informações sobres a terceira rodada estarão presentes em nosso próximo texto.
            Como dito acima, o Sport amargou outro tropeço, desta vez em casa: se no jogo de estréia o empate pode – em certo sentido – ser considerado um bom resultado (não só pelo fato de o jogo ter sido no sertão, mas também por ter o time rubro-negro saído perdendo e tendo chegado perto de sofrer o segundo gol), um empate sem gols dentro de casa contra um time que lutara para não ser rebaixado em 2011 e iniciou 2012 sendo goleado não pode ser encarado de outra forma que não seja essa: um tropeço. Nem o reforço de Marcelinho Paraíba (que teve vergonhosamente sua suspensão de 5 jogos diminuída para apenas 1, convertendo-se o restante da punição no pagamento sacos de leite para pessoas necessitadas) e o fato de o leão jogar em casa foram suficientes para que o time conseguisse sua primeira vitória no campeonato.
          Por sua vez, o Náutico voltou a vence, desta vez jogando em casa, o time do Petrolina, pelo placar de 2 x 0, com gols de Souza e Cascata, ambos recém contratados e que vêm se destacando seguidamente nas partidas do time alvirrubro. O Central, que começara perdendo para o Ypiranga, não passou de um empate dentro de casa contra o Araripina e só viria demonstrar todo seu potencial na rodada seguinte. Por fim, após vencer o Central, o Ypiranga foi goleado pelo Serra Talhada, que mais uma vez marcou quatro vezes e não sofreu nenhum gol. Tal excelente média do chamado cangaceiro também não resistiria a terceira rodada, na qual os enganos da segunda seriam retificados...

Alberto Bezerra de Abreu, 23/01/2012, redigido já após a realização da terceira rodada (exceto o jogo Sport x Petrolina que foi adiado para a noite desta segunda-feira) ao som de Astor Piazzolla

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